sexta-feira, 22 de maio de 2009

Acabo de ler uma postagem interessantíssima em um blog que gosto muito - e gosto ainda mais da revista à qual ele pertence: VIDA SIMPLES. Não foi à toa que escolhi este nome para meu blog.

Fala sobre uma caixa de mercado francesa que, após ouvir todo tipo de grosseria, escreveu um livro sobre suas experiências, que tem feito muito sucesso.

http://vidasimples.abril.com.br/blogs/redacao/index.shtml

Então lembrei-me de uma coisa similar acontecida semana passada.

Sou professora e também não me acostumo com as indelicadezas a que estamos expostos todos os que exercemos esta profissão atualmente: por parte dos alunos, da direção da escola, dos pais e até mesmo da opinião pública, uma vez que, normalmente, os responsáveis pelo fracasso escolar em nosso país são os professores 'despreparados' - e não os baixos salários que obrigam muitos de nós a cumprir jornada tripla, os pais que depositam toda a responsabilidade pela criação dos filhos na escola e etc.

Aliás, comparem os salários oferecidos após concursos de órgãos públicos a candidatos com nivel médio aos salários oferecidos a professores com nivel superior...

Tudo isso para dizer que, outro dia, enquanto fazia a manicure em uma barbearia, um senhor entrou e, olhando para a funcionária ociosa, perguntou: "Você corta o cabelo ou SÓ faz a unha, como essa aí?"- "essa aí" era a dona do salão, mas isso não vem ao caso.

A cabeleireira, constrangida, afirmou que cortava cabelos e ele, ainda não satisfeito, continuou: "mas você sabe cortar MESMO? Olha lá, hein?"

Diante do olhar incrédulo de minha amiga manicure-empresária, não pude deixar de pensar que em todo lugar devemos estar aptos a engolir sapos! E que compartilhá-los é um bom modo de "vomitá-los"!

domingo, 31 de agosto de 2008

Há muitos anos tive uma amiga a quem considerava muito. Freqüentávamos as casas uma da outra, estudávamos na mesma escola, dançávamos no mesmo grupo; enfim, vivíamos grudadas!
Um dia, não me lembro do porquê, brigamos. E, como diz meu perfil, sou leonina - como tal, muito impulsiva.Como um leão ferido se recolhe para curar seu ferimento - além de ficar extremamente agressivo quando sente dor -, também eu me recolhi.
Tinha (tenho, ainda, embora lute diariamente para me modificar) o péssimo hábito de, me magoando, não falar sobre o assunto. Tudo para evitar que meu instinto "selvagem"provoque uma briga daquelas (como admito meu defeito, passo a falar dele no presente).Para a pessoa que me magoou (muitas vezes sem a menor intenção), viro a própria pedra de gelo. Evito encontrar; se encontro, não converso; se converso, o faço muito superficialmente. Então, imagine: a pessoa nem desconfia que me feriu e eu lá, a própria mulher de gelo!
Percebo que dei sorte, há alguns anos, porque tornei a agir assim com outra amiga. Por sorte, ela é muito mais equilibrada que eu, e também me ensina muito. Durante uma viagem, nos desentendemos e nos afastamos. Dividíamos o mesmo quarto, o clima pesou e acabei mudando de companhia. Porém, poeira assentada, conversamos e saímos dessa ainda mais unidas.
Depois de muito sofrer e fazer sofrer, encontrei o cara mais incrível do mundo. Ele não me deixa ficar calada quando quero entrar no casulo. Até tentei no início, há cinco anos, mas agora já sei que é perda de tempo: ele não pára de perguntar o que foi até que eu fale, o que pode ser bem chato!Durante um desses entreveiros, ele me fez ver o quanto é injusto esse meu comportamento, pois não dou ao outro a chance de se defender. Então, percebi que essa minha "vingança" inconsciente é dura não só com aquele que me feriu, mas também comigo.
Se me magoei, é porque essa pessoa é importante para mim, certo? Não parece óbvio? Nosso inconsciente nunca é (e ao mesmo tempo é sempre) óbvio. A gente é que não entende sua linguagem (maldito superego!).
Como disse, tive sorte em um episódio, mas, com minha amiga da adolescência, não tive o mesmo sucesso... ela não entendeu meu afastamento. Resolveu passar de superamiga a possível inimiga. Não entrei na dela, mas meu gelo virou um iceberg. Há pouco tempo nos reencontramos virtualmente e me animei a escrever sobre esse assunto.
Como disse em meu título, acredito que, a cada dia, um novo dia... quem sabe, um dia, não nos tornemos amigas novamente?

Metade

Comecei meu blog para poder postar um comentário no de uma querida que está longe, longe!
Vamos ver o que acontece por aqui.
Sobre mim, não há muito a dizer (que dificuldade para fazer isso!). Uso as palavras que julgo mais adequadas, ainda que não me pertençam.

"Que a força do medo que eu tenho, não me impeça de ver o que anseio.Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca.Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe, seja linda, ainda que triste...Que a mulher que eu amo seja para sempre amada mesmo que distante.Porque metade de mim é partida,mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor,apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.E que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.Porque metade de mim é o que eu penso,mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.Que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso, que me lembro ter dado na infância.Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.E que o teu silêncio me fale cada vez mais.Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.Porque metade de mim é amor, e a outra metade...também". (Oswaldo Montenegro)

domingo, 27 de julho de 2008

Eu, que nasci e me criei no Rio, 'garota carioca, suingue sangue bom', de repente me vi fora de neu habitat. Aprovada em um concurso público, mudei-me de mala e cuia para Itatiaia, sul fluminense, há pouco menos de um ano.
No início, pus defeito em tudo (intimamente, pois não desço do salto!): achei o clima estranho, muito quente de dia e muito frio à noite; pasava a semana a base de queijo branco, pão francês, leite e sucrilhos (não tinha, ainda, fogão em casa, nem restaurante próximo); além, é claro, de sentir-me muito só, pois não conhecia ninguém na cidade.
No trabalho, não encontrei um ambiente, digamos, acolhedor. A equipe não apostava em mim (depois ouvi que pensavam que fosse correr para casa depois de um mês); como sou professora - a quarta a assumir as turmas naquele ano letivo - também os alunos tentaram me tocar de lá.
Depois de muito jogo de cintura, alguns gritos e suspensões (rs), consegui me adaptar à nova vida. Deixei a pousada e aluguei uma casa, com um quintal grande na frente e muitos canteiros para cuidar. Comecei a montar minha casa, o que é muuuuuuuuuito legal! e, o melhor, depois de alguns (longos) meses, recebi meu amor em minha casa, que virou nossa. Para coroar, arrumamos uma filhinha, a Mel, uma pit-bull que pensa que é buldogue: extremamente dócil e bem preguiçosa!
Temos ainda algumas roseiras, cebolinhas plantadas, uma casa de passarinho (ainda desabitada, por conta da implicância da Mel), uma rede na varanda... não precisamos de muita coisa.
Desacelerei total, aprendi a tomar banho no ribeirão em vez do mar (confesso que ainda estranho a água doce, e sem gosto de cloro!), a me agasalhar corretamente para enfrentar as baixas temperaturas (bem baixas para uma carioca), enfim... não tenho a menor vontade de voltar para minha velha vida de engarrafamentos, poluição e insegurança.
Procurava uma vida mais simples na loucura do Rio... Deus ouviu minhas preces e me mandou para um pedaço do paraíso... cuidado com o que deseja!